Esquecer para quê?

Ao longo de toda a nossa existência, e principalmente com o decorrer de experiências que vamos vivendo, o esquecimento está sempre presente. Esquecer algo é quase tão importante como o acto de memorizar algo, o seu oposto. Se vamos fazer um teste e esquecemos tudo o que aprendemos, então as coisas não correm muito bem, se sofrermos com algumas coisas ou pessoas, esquecer é o nosso primeiro e urgente objectivo, se conseguimos neste momento actuar e agir de acordo com o que nos foi transmitido na nossa educação, é porque tivemos a capacidade de não esquecer o que nos foi transmitido.

Mas afinal o que significa esquecer algo? Porque é que quando algo nos acontece de mal só queremos esquecer? Esquecer significa ultrapassar o que aconteceu? Varrer eternamente da nossa mente o assunto? Passar a frente? Ou é apenas o modo que todos arranjamos para nos afastarmos do que já não quereremos viver? Será uma desculpa para mostrarmos aos outros que somos capazes de viver com o que se passa? De que nos serve esquecer ou muitas vezes fingirmos que esquecemos, se o importante e tirarmos sempre o melhor partido do que por nos passa?

Na minha opinião nunca devemos esquecer nada, nem alguém. Mesmo quando é mau, quando nos faz sofrer não devemos esquecer, devemos sim aprender a lidar com isso e aprender a guardar as coisas nos lugares que nos ajudam. As coisas boas que nos acontecem, que nós vivemos, que nos fazem, que fazemos, as grandes conquistas, etc, devemos guardar no coração, para nos darem força quando ela falta. As coisas más, como o que nos faz sofrer, algo que nos magoa, uma situação onde alguém nos desiludiu, etc, devemos guardar na bossa "parte cerebral", na nossa mente, no que nos faz pensar e reflectir, para que possamos aprender algo com isso. Do que nos acontece de menos bom devemos tirar sempre uma lição, aprender algo, crescer um pouco, e o esquecermos, não fazemos nada disto e então, as coisas perdem um pouco o sentido.

Como é lógico, há coisas que esquecemos sem termos feito nada para isso, de forma inconsciente, mas são coisas que não tem uma importância determinante na nossa vida, algo que quase nem chegamos a memorizar de tão superficial que é.

1 comentário:

Ana Sousa disse...

aprovadíssimo.

Beijinhos,
Ana

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